Olá. Nesse vídeo, vou falar sobre
o que está acontecendo com os direitos autorais e vídeos de jogos no YouTube. O
objetivo desse vídeo não é defender o You Tube ou os You Tubers, defender as
empresas de jogos ou as detentoras de direitos autorais ou seja lá quem for, e
sim ajudar vocês a entender melhor o que está acontecendo porque tem circulado
muitas informações erradas sobre esse assunto e espero que eu possa esclarecer
algumas coisas para vocês.
Primeiras coisas primeiro
Antes de tudo, só uma nota sobre
terminologia. Não vou usar o termo flag, porque é impreciso e a rigor se refere
ao que chamamos de denunciar, e não ao que está acontecendo. Quando um vídeo é
postado, várias coisas podem acontecer. Uma delas é ser denunciado por ter conteúdo
sexual, violento, abuso infantil etc. indo no ícone da bandeira. Isso pode
resultar em uma advertência (ou strike, em inglês) se for comprovada a validade
da denúncia e o vídeo é excluído. Três advertências e o usuário é suspenso e
todos os vídeos excluídos. As advertências expiram a cada seis meses.
Mas essa história toda não tem
nada a ver com denúncias e advertências, e sim com reivindicação de direitos
autorais via Content
Id. Vou falar mais sobre isso em breve, mas o que deve ficar claro é que
isso não penaliza a conta do usuário e não impede que a pessoa publique o
vídeo, apenas impede que a pessoa monetize o vídeo e que ela receba parte das
receitas de publicidade. O vídeo será monetizado, mas quem receberá a receita é
quem reivindicou os direitos, e não o usuário. E isso deve ficar claro: se o
vídeo é monetizado, alguém vai receber a receita de publicidade do vídeo junto
com o Google, seja o usuário, seja uma reivindicante de direitos autorais. Dependendo
do caso, o vídeo pode ficar bloqueado ou mesmo apenas ser monitorado, o
detentor não fazendo nada contra o vídeo, mas podendo acompanhar o vídeo,
inclusive tendo acesso às estatísticas. O canal Far From Subtle, que não
faz parte de network, tem um vídeo muito bom explicando melhor sobre isso.
O que está acontecendo?
Diversos canais grandes estão
relatando notificações de reinvindicações de direitos autorais. Isso é feito
por meio de um mecanismo do Google chamado de Content Id, que vasculha os
vídeos e identifica aqueles que usam material protegido com direitos autorais.
Não sei como exatamente funciona, mas imagino que um produtor de conteúdo envie
para o YouTube material que está protegido por direitos autorais e exige que o
YouTube identifique vídeos que estejam usando esse material. O detentor dos
direitos pode reivindicar o material e monetizá-lo, recebendo pelos anúncios
vinculados ao invés de quem postou o vídeo, ou bloquear em alguns países. Não
sei se o detentor dos direitos pode excluir o vídeo via Content Id, mas o que
tem acontecido na grande maioria dos casos é monetização para o detentor do
material reivindicado ou bloqueio, parcial ou total.
Esse sistema não é novo, existe
faz algum tempo. Já aconteceu comigo várias vezes. A diferença é que o
YouTube permitiu que o Content Id se aplicasse a canais que estão filiados a
networks, e é por isso que vários YouTubers grandes estão relatando notificações
em massa em seus vídeos. Essa é a principal mudança ocorrida agora. Não houve
nenhuma mudança no critério de reivindicação de direitos autorais, isso apenas
passou a valer para todo mundo. Outra mudança, para o começo do ano que vem, é
que as networks terão que separar seus parceiros em canais “gerenciados” e
“afiliados”, a própria network se responsabilizando por infrações de copyright
dos primeiros, e os donos dos canais no segundo caso.
Agora, os canais “afiliados”
passarão por um revisão antes da monetização. Que, aliás, acontece com quem não
está em uma network. No meu caso, por exemplo, se eu coloco um vídeo para
monetização, ele passa por um processo de revisão. Isso não acontecia com
canais que estavam em uma network e agora vai acontecer, exceto pelos canais
“gerenciados”.
Por que está acontecendo?
Muitas pessoas estão culpando o
YouTube por essas mudanças. Tem muita coisa errada na execução dessas medidas,
mas o que o Google está fazendo é simplesmente se protegendo. No Mundo Ideal do
YouTube, teríamos bilhões de usuários, postando trilhões de vídeos, sobre todo
tipo de assunto, para todo tipo de público e todos eles monetizados, uma parte
da renda indo para eles, outra para os criadores de conteúdo. Porém, tem certos
conteúdos que não podem ser postados por questões legais ou bom senso
(pornografia, pedofilia, cenas reais de violência extrema etc.). E há certos
conteúdos que não pode ser publicados porque há direitos autorais sobre eles, e
é aí que começa a confusão.
O Google quer ganhar dinheiro,
mas, antes de tudo, não quer perder. E o maior medo deles é receber processos. Além
de multa, acordos ou indenizações resultantes desses processos, há vários
custos legais, o processo pode se arrastar por meses ou anos e pode até ter
consequências mais graves. Como se diz, de bumbum de nenê e cabeça de juiz,
pode sair qualquer coisa! Então, em uma atitude normal de empresas e até de
pessoas, eles falam “Opa! No meu não!!!” E processo por infração de direitos
autorais, que já fecharam outras empresas, são um dos maiores receios deles. Essa
mudança está sendo uma maneira de proteger os direitos autorais e evitar
processos. E as empresas de jogos não são nem as mais interessadas nessa
questão, e sim a indústria cinematográfica e, principalmente, a indústria de
música, que não vai bem já faz alguns anos.
Alguns meses atrás, a network
Fullscreen foi processada
pela NMPA (National Music Publishers' Association). O processo não parece
incluir o Google, mas nada impede que venha a sobrar para eles um dia, seja
nesse caso, seja em outro, por isso que o Google decidiu fazer alguma coisa
quanto a isso.
No sistema antigo, se alguém
chegasse para processar o YouTube por quebra de direitos autorais e isso
envolvesse canais afiliados a uma network que não passavam por Content Id e por
revisão, o You Tube poderia ser co-responsabilizado pela violação de direitos.
Agora, eles podem mostrar que tem processos para isso, que é o Content Id. Para
os canais gerenciados, a responsabilidade é inteiramente da network e o YouTube
não tem nada a ver com isso, se for para colocar o dedinho no de alguém, não
será no deles.
Nada indica que as empresas de
jogos estão ativamente procurando o YouTube para tomar medidas mais extremas.
Muitas se manifestaram e disseram que não são eles que estão reivindicando os
direitos autorais e, como vou mostrar agora, não são necessariamente eles que
estão notificando vídeos, apesar de serem de jogos. Intencionalmente ou não,
estão tentando se mostrar inocentes, o que é verdade em parte. Porém, no
passado eles enviaram conteúdo para o Content Id para proteger os direitos
autorais e, com as mudanças, isso passou a valer para mais gente. Eles podem
até não ter feito nada nos últimos dias, no máximo enviando novos materiais,
mas não foi isso que disparou a onda de notificações, e sim o fato de que o
Content Id passou a vasculhas mais gente.
Que tipo de conteúdo está sendo alvo?
Vou falar agora sobre que tipo de
material está sendo notificado. O Force Strategy Gaming fez
um vídeo muito bom sobre isso mostrando o caso dele e daqui a pouco eu mostro o
que aconteceu comigo. Para o caso de jogos, basicamente são três tipos de
materiais que estão sendo alvo das reivindicações: Cutscenes, trailers e
música. Os dois primeiros são responsabilidade das empresas de jogos, mas
música não necessariamente. Pode acontecer de o jogo usar legitimamente uma
música de alguém, mas essa música estar no Content Id e causar a notificação.
Dai, é responsabilidade é de quem administra os direitos da música, não do
jogo.
Há razões legítimas para que esse
conteúdo seja alvo de direitos autorais. Tem canais, principalmente pequenos e
obscuros, que postam apenas as cutscenes do jogo, trailers ou trilhas sonoras,
inclusive de jogos. Tem vários problemas quanto a isso. Com música, está claro
porque isso está errado: você está disponibilizando gratuitamente material
alheio, que está sendo comercializado, sem ter direito para isso. Para cutscenes
e trailers, o problema de postar e monetizar para você é que isso não envolve
trabalho próprio. Para cutscenes, você só tem o trabalho de jogar e gravar as
cenas, que são feitas pelos desenvolvedores. Para trailers, você só tem o
trabalho de baixar e fazer o upload. É legítimo que as detentoras de direitos
bloqueiem esse tipo de coisa.
Porém, ao fazerem isso, miram no
que veem, acertam o que não veem. Quando você faz um Let’s Play com cutscenes,
isso é notificado como uso de material protegido, mesmo que tenha os seus
comentários. A mensagem que aparece é “uso de direitos visuais”. A empresa se
protege de um uso que considera ilegítimo (postar apenas as cutscenes), mas
isso afeta outros tipos de conteúdos, como Let’s Play e mesmo análises, se
tiver cutscenes no vídeo. Quando você usa material do trailer para análises ou
para divulgar uma notícia (lançamento de uma nova expansão do WoW, por
exemplo), também pode ser notificado, mesmo que a intenção fosse evitar que
alguém postasse o trailer bruto.
Para músicas, a questão é ainda
mais complicada. Em alguns casos, a música que é reivindicada é a do próprio
jogo, como no caso do Final Fantasy, por exemplo. Em outros, é uma música de um
terceiro, que é usada no jogo após acordo entre os músicos e a desenvolvedora.
Você pode ter todo o direito de fazer um Let’s Play desse jogo, mas a
notificação pode vir de quem detém os direitos da música, intencionalmente ou
não. Isso é feito para evitar que alguém pura e simplesmente poste as músicas
no YouTube, mas acaba atingindo canais de jogos. Por exemplo, um vídeo meu de
Bioshock foi notificado por conta de uma música de Billie Holliday. Os
detentores dos direitos dessas músicas não estavam pensando especificamente em
monetizar vídeos de Bioshock, e sim vários outros que possam ter essas músicas,
mas acabou me afetando do mesmo jeito.
Pelo que eu entendi, não tem como
o YouTube notificar vídeos por conta do gameplay através do Content Id. Ao que
parece, o processo consiste em comparar o vídeo com material protegido por
direitos autorais. Não tem como comparar o vídeo com gameplay com material
protegido. Mesmo que a empresa mande um vídeo com gameplay para vasculhar via
Content Id, se tiver diferenças entre esse vídeo e a gameplay de um YouTuber,
não tem como notificar. Se no vídeo da produtora o personagem andar em linha
reta e o YouTuber andar em zigue-zague, já deve ser um conteúdo visual
diferente para o Content Id. Com cutscenes, que são as mesmas para todo mundo,
isso não ocorre. Então, não sei se para vocês é boa ou má notícia, mas vídeos
de Minecraft e de Call of Duty estão seguros, a não ser que a pessoa acrescente
algum conteúdo, como uma música, por exemplo.
Meu caso
Vou mostrar agora o meu caso. São
105 notificações no total, nenhuma de vídeo antigo nos últimos dias. Ou seja,
para mim sempre foi assim, sempre teve notificações de direitos autorais.
Desses 105, 104 são de gravação de som e apenas 1 é visual na primeira parte de
um projeto que ainda não começou a ir ao ar. Esse visual é uma cutscene, que
faz parte do trailer, então não sei qual é o caso. Já fiz o upload da segunda
parte e nada consta. Tem dois vídeos de Bioshock bloqueados, mas apenas na
Alemanha, então, meus fãs alemães não poderão assistir esses dois vídeos, desculpem,
mas tem outros 42. Tinha um vídeo de Bioshock que ficaria bloqueado no Brasil,
mas dai eu editei e tirei a música que deu problema. Outro que seria bloqueado
era o começo do
Borderlands 1 por conta da música de abertura. Inclusive, tinha também uma
reivindicação visual, mas, como eu coloquei uma anotação nessa parte, acabou
tirando o flag.
Os jogos afetados são: Assassin’s
Creed III (3 vídeos de 47), Bioshock (5 de 44), Borderlands (59 de 65, nem sei
como não foi 65 de 65), Chrono Trigger (só o primeiro), Final Fantasy I
(curiosamente, só os primeiros), Final Fantasy II (16 de 40), Final Fantasy IV
(7 de 56) e Dragon Age Origins (5 de 43). Final Fantasy III, V e VI nenhuma.
Alguns casos especiais. Beat
Hazard recebeu notificação, mesmo que eu tenha autorização dos autores das
músicas. Ok, recebi autorização para usar, não necessariamente para monetizar,
mas a questão é que isso não foi responsabilidade do músico. O nome que consta
é CD Baby, que deve gerenciar os direitos da música e monetizou talvez sem o
conhecimento do músico. Isso está acontecendo com certa frequência. Por
exemplo, o Miracle of
Sound, no Twitter, alegou que vídeos com suas músicas estão recebendo
reivindicações sem que ele tenha pedido. Com o Gone Home aconteceu coisa
parecida, o vídeo final recebendo notificação por conta da música de
encerramento, que não é de propriedade da desenvolvedora. Eu evitei colocar as
fitas no toca-fitas justamente para evitar notificações, mas na última parte
não tinha jeito.
A minha política de reivindicação
é a mesma do Google: no meu não! Monetização minha pode ocorrer no futuro, mas
não é de modo algum prioridade neste canal e o conteúdo vem em primeiro lugar.
Mas, acima de tudo, tenho que zelar pela sobrevivência do canal e tenho que
endereçar da forma mais cautelosa possível qualquer coisa que ponha em risco o
canal. Se eu recebo notificação, eu acato! Desde que seja legítima.
Daí que entra a única vez em que
eu contestei uma notificação. Na maioria dos casos, há alguma legitimidade na
reivindicação, seja porque vem da empresa do jogo, a Square Enix reivindicando
direitos sobre as músicas de Final Fantasy, seja de modo indireto (caso do
Trópico). Mas se aparece um Zé que não tem nada a ver com o jogo ou com as
músicas, é caso claro de contestar. Foi o que aconteceu com o Journey. Um canal
chamado kbshow reivindicou direitos sobre o meu vídeo. Procurei na internet e vi
que outras pessoas tiveram esse mesmo problema. Dai eu contestei, alegando
que os reclamantes não tinham direito sobre o jogo e ganhei. Como não encontrei
nenhuma autorização expressa da empresa de que posso monetizar, continua não
monetizado por ninguém.
Isso mostra uma fragilidade do
Content Id que está sendo bastante explorada. O canal Far From Sublte relatou
que teve vídeo reivindicado sem que a pessoa tivesse direito a isso. Relatou
ainda que o trailer do Call of Duty foi reivindicado por um monte de gente, e
não sei se a Activision está nesse grupo. Por isso, antes de acatar as
reivindicações, é bom dar uma olhada em quem está fazendo isso. Quem está em
network, pode pedir para que a network entre em contato com a detentora dos
direitos do material reivindicado para ver se dá jeito e também entrar em
contato com a produtora do jogo. Pode ser, por exemplo, que a detentora dos
direitos da música aceite abrir mão nos casos em que a música aparece em jogo,
e não isolada.
Casos anteriores
Vou falar de alguns casos recentes
de copyright no YouTube, relacionados com Content Id ou não.
O primeiro foi o Shinning Force.
Para que os seus resultados sobre o Shinning Force aparecessem com destaque, a
Sega deu uma limpa
nos vídeos de Shinning Force no YouTube, denunciando vários vídeos que
foram removidos pelo YouTube. E isso inclua de tudo, até coisa que não tinha
base legal, como pessoas jogando o jogo sem nem aparecer gameplay. Esse é ainda
hoje o caso mais violento de forçamento de copyright e o Total Biscuit mantém
até hoje um boicote sobre a Sega. Aliás, voltaremos a falar sobre o Total
Buscuit em breve.
Outro caso foi o da Nintendo,
que publicamente disse que iria fazer valer o copyright, utilizando o Content Id
do YouTube. Isso repercutiu muito mal e a Nintendo voltou atrás. Vídeos de
jogos da Nintendo voltaram a serem reivindicados nos últimos dias, mas isso é
por conta dos direitos sobre gravações de som. Várias empresas, como a Ubisoft,
estão ativamente ajudando os You Tubers a remover as reivindicações sobre os
vídeos, mas não sei se a Nintendo também está fazendo isso.
Um caso mais recente foi o de vídeos
de Persona.
Porém, nem a detentora dos direitos do jogo nem a detentora de músicas que
aparecem no jogo fizeram coisa alguma. Aconteceu algo parecido com o que
aconteceu comigo no Journey, o canal de uma cantora reivindicou direitos sobre
vídeos do Persona, sem ter nenhum direito a isso. Só que isso foi mais grave do
que no Journey: esse canal usou denúncias, e não Content Id, e até fechou
alguns canais atingidos. A atitude da Google sempre é de atirar primeiro e
fazer perguntas depois, mas esse caso mostra que eles não têm o mínimo de bom
senso na hora de fazer valer direitos autorais, o que mostra a fragilidade do
sistema.
Por fim, o último caso antes desse
incidente recente foi o do Total Biscuit e sua crítica ao jogo Day One:
Garry’s Incident. Resumindo: o vídeo de análise dele foi derrubado por
infração de direitos autorais, mas apenas o dele, de ninguém mais, tendo inclusive
recebido expressa autorização para postar o vídeo. Aliás, a autorização era
pública. Está bem claro que isso foi uma forma de censurar uma opinião
negativa, já que o YouTuber fez críticas até pesadas, embora, totalmente dentro
do lei. Ou seja, é o sistema de copyright a serviço de calar uma opinião
desfavorável. Depois, a desenvolvedora voltou atrás e o vídeo voltou ao ar, mas
não sem antes gerar ampla repercussão negativa e o jogo ainda está queimado com
muita gente.
Esses quatro casos mostram algumas
falhas do atual sistema. No caso do Shinning Force, mostra que o sistema pode
ser usado para manipular as buscas de conteúdo. O caso do Persona mostra que o
sistema permite notificações fraudulentas. E o do Garry’s Incident mostra que
pode ser utilizado para censura.
No caso da Nintendo, a questão é
outra. A Nintendo tem direito legítimo de proibir que monetizem em cima de sua
propriedade intelectual. Agora, se deveria ou não fazer é outra questão. Alguns
dizem que as produtoras deveriam permitir e até estimular a produção de
conteúdo com os seus jogos, com algumas restrições, obviamente. Isso seria uma
forma de propaganda gratuita que aumentaria as vendas do jogo. Por outro lado,
dizem que colocar vídeos de Gameplay, em especial Let’s Plays do começo ao fim,
pode desestimular as pessoas a comprar o jogo porque estraga a experiência.
Isso é óbvio para música e filmes, mas como jogos são uma experiência
totalmente diferente, não está tão claro que é assim para jogos. Quem está
certo? Não sei. Não temos nenhuma comprovação para qualquer dos lados, apenas
hipóteses. Até que testem essas hipóteses, não tem como afirmar nada. Baseado
na minha experiência, o impacto de vídeos de jogos é positivo. Às vezes vejo
pequenos trechos de vídeos para decidir se compro ou não e séries que eu
acompanho partes maiores ou eu já tenho e já joguei ou não tenho nenhum
interesse em comprar o jogo. Mas se isso vale para todo mundo, não sei.
Na verdade, esse é outro assunto.
E, como espero já ter ficado claro, isso tem a ver com Content Id, não com
companhias denunciando vídeos por violações de direitos autorais. Vendo alguns
comentários por aí, percebi que tem muita gente latindo na árvore errada, como
dizem em inglês. A questão aqui não é apenas a empresa de jogos autorizar a
monetização de vídeo. Se houver material de terceiros que não seja a da empresa
de jogo, não há o que eles possam fazer e você vai ter que pedir autorização
para os detentores desse conteúdo. Ou então, pode evitar que esses conteúdos
apareçam e ainda assim gravar gameplay do jogo. Já falo sobre isso.
E agora?
Muitos YouTubers estão declarando
que esse é o fim do YouTube gamer, que podem parar de fazer conteúdo etc. Bom,
na verdade, entendendo como funciona o Content Id, dá para driblar. É só
identificar o problema. Se for música, corta as músicas que dão problema. Se
sempre der problema com música, como no Borderlands, corte as músicas, ou
desabilitando, ou colocando o volume em zero. Se for reivindicação visual, deve
ser ou cutscene ou trailer. Corte do vídeo. Ou então, modifique as imagens,
tentando uma mistura de face-cam com marca d’água e, em último caso, colocando
uma anotação no vídeo para evitar a identificação do visual com material
protegido, como acabei fazendo na primeira parte do Borderlands.
No meu caso, nada muda, até porque
nada aconteceu de novo para mim, por enquanto. As únicas coisas que vão me
impedir de postar um vídeo é bloqueio no Brasil ou denúncia e advertência.
Conteúdos que eu ache que possam ter alto risco de serem removidos não irã ao ar,
mas isso nunca foi uma questão até o momento. Se notificarem o vídeo, eu acato
e sigo em frente. Se bloquearem, vou tentar dar um jeito, de uma das maneiras
que eu acabei de falar. Se não for possível dar jeito algum, abandono o projeto
e sigo para o próximo.
Leia também:
Bons vídeos sobre o assunto:
Force
Strategy Gaming: http://www.youtube.com/watch?v=y6-TOZat-wo
Far From
Subtle: https://www.youtube.com/watch?v=mkbktDbEu7Y
Total
Biscuit: http://www.youtube.com/watch?v=7JqjDhuPFaQ