Nesse vídeo, vou falar sobre o filme Meu Amigo
Totoro, ou Meu Vizinho Totoro na tradução do título que fizeram em inglês. Esse
filme foi dirigido pelo Hayao Miyazaki e foi o primeiro filme do Studio Ghibli
propriamente dito.
Todos os filmes do Ghibli que eu falei nos vídeos
anteriores podem ser resumidos em uma palavra ou uma ideia chave, pelo menos no
que se refere ponto mais forte do filme, na minha opinião. Mononoke Hime é
não-maniqueísta. Nausicaa tem uma excelente protagonista. Vidas ao Vento é um
filme muito bonito, Túmulo dos Vagalumes muito triste, e, por isso, bonito, mas
de um modo diferente. O Chihiro eu diria que é mágico, não que outros filmes do
Ghibli não sejam também.
O Meu Amigo Totoro eu diria que é um filme muito
gostoso de assistir. É um filme bem infantil, mas que pode agradar também
plateias mais adultas. E não acho que apele para algo específico da infância
dos adultos, pelo menos não para as plateias não japonesas. Acho que consegue
tocar a nossa criança interior, por assim dizer. É um filme super leve, não tem
exatamente um conflito no filme, só duas tensões que eu falarei mais para
frente.
Vou falar mais sobre o enredo, que é até bem banal.
O filme conta a história de duas irmãs, Mei e Satsuki, que se mudam para uma
vila no interior do Japão junto com o pai para ficarem mais perto da mãe delas,
que estava internada em um hospital, e essa é uma das tensões do filme que eu
estava falando.
Lá pelas tantas, as irmãs veem coisas estranhas na
casa e quando exploravam os arredores a irmã menor, Mei, encontra um bicho
estranho na floresta. Parece um urso, é enorme, gordinho e tem uma cara
simpática. Esse é o Totoro, que virou uma figura símbolo do Studio Ghibli,
sendo o próprio logo do estúdio. Totoro é uma forma de escrever troll, não
troll na linguagem de internet, e sim a figura folclórica que aparece em várias
histórias.
Mei adormece sobre o Totoro e é encontrada dormindo
em um bosque. Ela conta a história para os demais, e ninguém acredita nela e se
não me engano ela própria pensa que poderia ter sonhado com isso.
Em outro dia, enquanto esperavam o ônibus, Mei e
Satsuki encontram o Totoro, que também estava esperando um ônibus. Ela oferece
o guarda-chuva de seu pai, que era um pouco pequeno demais para o Totoro, mas
ele agradece e dá um pacote cheio de sementes em gratidão. Até que chega o
ônibus do Totoro, o Nekobasu, Neko sendo gato em japonês e suponho que basu
seja ônibus (bus). Ele oferece uma carona no gato-ônibus para as garotas e as
leva para casa.
Depois, elas plantam as sementes que ganharam do
Totoro. Um dia, elas veem o Totoro dançando e tocando flauta em volta das
sementes e elas se juntam a ele. As plantas crescem como mágica e o Totoro as
leva para o topo da árvore. No dia seguinte, são encontradas dormindo no local
onde estavam plantadas as sementes.
O quadro de saúde da mãe das duas piora. Elas têm
uma discussão e depois Mei desaparece. Ela estava levando uma espiga de milho
para a mãe, que ela acreditava que ia ajuda-la a se recuperar, mas acabou se
perdendo pelo caminho, e essa é a segunda tensão no filme, que de resto é bem
isento de conflito e de tensão. Todo mundo procura por ela, sem sucesso, até
que Satsuki entra na floresta no mesmo ponto onde Mei tinha ido em seu primeiro
encontro com o Totoro.
Lá, Satsuki encontra o Totoro e a bordo do
gato-ônibus vão os dois até onde Mei estava, perdida na estrada. Depois, as
duas vão até onde a mãe delas está internada. Lá, veem o pai delas, que tinha
ido visitar a esposa. Elas não mostram que estavam lá, mas deixam a espiga de
milho que Mei tinha ido levar.
Nos créditos, onde vão aparecendo também algumas
imagens, o final feliz, com a mãe recobrada e a família vivendo feliz.
Pelo enredo, dá para perceber que é um filme bem
levinho nos seus temas e também com elementos mágicos e estranhos, como o
ônibus-gato e o próprio Totoro. E vamos convir que o enredo não é lá muito
intrigante, as personagens são bem menos interessantes do que outras criadas
pelo Miyazaki, mas é um filme delicioso de assistir, como eu tinha mencionado
antes. É cheio de pessoas boas, em situações inofensivas e com alguns elementos
mágicos bem emocionantes.
Destaque também para a música, com uma música tema
bem filme infantil, mas que é bacana mesmo assim. Uma música legal é a O
Caminho do Vento, prefiro até a versão instrumental. Uma música bem parecida é
a A Enorme Árvore da
Floresta de Tsukamori, que toca na cena em que o Totoro e as garotas dançam
para as plantas crescerem. De memória, acho que essa é a cena mais bonita do filme
e correspondentemente essa é a música mais bonita. Vou deixar na descrição do
vídeo as duas músicas e mais uma versão para o Caminho do Vento do Flute Ninja, versão em
Shakuhachi, a flauta japonesa.
Em suma, o filme é bem infantil, não se nega isso,
não tem o melhor enredo ou os melhores personagens, mas é uma delícia assistir
mesmo assim e tem o mascote do Studio Ghibli nele.
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