terça-feira, 13 de maio de 2014

A viagem de Chihiro


Texto do vídeo Ni no Kuni (#6) - A viagem de Chihiro

Bem-vindos de volta a Ni no Kuni. Nesse vídeo, eu vou falar sobre o filme A Viagem de Chihiro, dirigido pelo Hayao Miyazaki e lançado em 2001. Primeiro de tudo, algumas credenciais: o filme ganhou o Urso de Ouro do Festival de Berlim como Melhor Filme e ganhou o Oscar de Melhor Animação em 2002. Ou seja, boa reputação pelo menos o filme tem.

Falando sobre enredo, tudo começa muito pacatamente, com uma família com pai, mãe e filha viajando, até que eles encontram uma vila muito estranha, sem ninguém por perto. Resolvem passear e encontram um lugar para comer. Os pais da personagem principal, a filha deles, Chihiro, não achava uma boa ideia comer dessa comida e realmente não era, tanto que os pais se transformaram em porcos.

Chihiro logo descobriria que está em um mundo mágico, onde teria o auxílio de um garoto chamado Haku. Depois, arranjaria um emprego em uma casa de banho de deuses, onde os deuses paravam para descansar e se banharem e passou a ser trabalho da Chihiro cuidar disso.

Bom, não vou falar muito mais sobre o enredo do filme, é mais para situar quem não assistiu. E na verdade eu não lembro tanto assim do enredo, assisti no máximo quatro vezes o filme e a última vez deve ter sido há dez anos atrás. Não lembro dos detalhes, mas ainda lembro de bastante coisa.

O filme é o que poderíamos chamar em inglês de Alice-esque, ou seja, segue uma toada parecida com o Alice no País das Maravilhas. Temos uma garota que vai para um mundo estranho e fantástico, recebendo o auxílio de muitos seres estranhos e a ameaça de outros. Temos Kamaji, uma aranha com forma de um velho, ou um velho com forma de aranha, que cuida da caldeira da casa de banhos, temos o garoto que ajudou a Chihiro, Haku, que depois descobrimos que é mais do que um simples garoto, temos um ser estranho sem rosto, apenas com uma máscara, tem a chefa da Chihiro que é uma bruxa má e que tem uma irmã gêmea boazinha e por aí vai.

Ou seja, o mundo do A Viagem de Chihiro é estranho e fantástico, cheio de referências à cultura japonesa, mas que me parece que o público ocidental absorveu melhor essas influências. Tem muitos animes e filmes japoneses que são estranhos demais para os não-entusiastas da cultura oriental, e embora tenha bastante disso no filme, não me pareceu que houve uma rejeição. Assim como o Alice, é um filme para crianças, mas que os adultos podem se deixar levar pelo encanto do filme. É um filme bonito, assim como o Vidas ao Vento, mas puxa mais para o imaginário do que esse outro filme.

Podemos encaixar o Chihiro na categoria dos filmes mais infantis. Tem características em comum com o Totoro e o Ponyo, que eu ainda não falei, não tendo nenhum conflito armado como no caso do Nausicaa e do Mononoke Hime, e também girando em torno de personagens infantis e que não tem nada a ver com voo, diferente de um Porco Rosso e do Vidas ao Vento. O apelo maior do filme é para o encanto, a fantasia, e não tanto para a ação.

Mas, tirando o voo, vários dos temas recorrentes dos filmes de Miyazaki aparecem nesse filme. Temos uma protagonista feminina que no começo é uma menina chorona, mas depois vai crescendo durante o filme, e é bacana acompanhar esse amadurecimento. Temos também o tema do meio ambiente, em uma cena bem legal onde um deus rio aparece na casa de banhos e ninguém queria cuidar dele, já que estava todo poluído. Não me lembro exatamente como, mas a Chihiro dá um jeito nele, que volta a ser despoluído. É basicamente essa cena que trata do tema, mas o meio ambiente não deixa de estar presente no filme. O tema anti-guerra não aparece, porque não há nenhum conflito desse tipo. E não lembro exatamente dos detalhes, mas a chefa da Chihiro, a dona da casa de banho, no final acaba se revelando como não exatamente má, como acontece com várias antagonistas nos filmes de Miyazaki.

Enfim, para resumir em algumas palavras o filme, ele é fantástico, não como um elogio, mas como estilo. Apresenta o exótico, o estranho, o diferente e sem espantar muito o público menos acostumado com a cultura oriental.

A trilha sonora é do Joe Hisaishi e tem uma música tema cantada por Youmi Kimura. A trilha sonora não me marcou tanto assim, e na verdade a única trilha sonora que eu realmente gosto dos filmes do Miyazaki é a do Mononoke Hime, mas essa música tema, Always With Me, é uma música bem legal.

Acho que temos tempo para falar mais. Não me lembro agora se foi esse o meu primeiro filme do Miyazaki. Acho que foi o Mononoke Hime o primeiro, mas realmente não lembro. Mas certamente foi o primeiro que eu fui assistir no cinema e desde então só o Ponyo eu não assisti no cinema.


Lembro também de acompanhar o Oscar que o Chihiro concorreu ao Oscar de Melhor Animação, em 2002. Foi uma das primeiras premiações da noite, mas eu acabei acompanhando todo o Oscar, acho até que foi o único que assisti inteiro. Só não me lembro agora quem ganhou de Melhor Filme. Lembro que o cara do Pianista, filme que eu tinha assistido, ganhou de Melhor Ator, mas o resto realmente não lembro. Mas eu assisti. Poderia ter pego facilmente na internet, mas queria pegar as coisas de memória nesse vídeo. É, doze anos serve para esquecer um bocado de coisas.

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