domingo, 13 de julho de 2014

Kiki




Bem-vindos de volta a Ni no Kuni. Nesse vídeo, vou falar sobre o filme Serviço de Entregas Kiki, dirigido por Hayao Miyazaki e lançado em 1989.

Primeiro, um resumo do enredo. O filme conta a história de Kiki, uma bruxa de 13 anos que pela tradição tem que sair de casa com essa idade e ficar um ano sozinha fora de casa como uma forma de se desenvolver. No começo do filme, vemos a saída de casa de Kiki e sua ida para uma cidade qualquer nos arredores de sua vila. Ela vai acompanhada apenas pelo seu gato preto, o Jiji, que é falante, mas apenas as bruxas os entendem. Como uma boa bruxa, ela é capaz de voar em uma vassoura.

Chega em uma cidade litorânea. Ela entra na cidade voando na vassoura, e as pessoas da cidade não estranham muito isso. De início, se atrapalha toda com o trânsito e leva uma enquadrada de um policial. É salva por uma confusão armada por um garoto chamado Tombo, que começou a gritar ladrão para distrair o guarda. Esse garoto parece o Philip do Ni no Kuni, aliás. Tombo puxa conversa com Kiki, que não simpatiza muito com ele e literalmente sai voando.

Ainda tentando se ambientar na cidade, Kiki ajuda uma senhora, que precisava entregar uma chupeta para uma mulher que havia esquecido em sua padaria. Kiki faz o favor de levar a chupeta voando. Depois disso, a dona da padaria, Osono, aceita ajudar Kiki deixando que ela fique no sótão. Kiki decide ajudar na padaria e também abrir um serviço de entregas.

Logo de cara, Kiki tem um serviço com uma cliente da padaria. Ela deve levar para a casa da cliente uma gaiola com um gato de pelúcia, que parece o Jiji. Pode parecer uma excelente ideia uma bruxa voando em uma vassoura fazer serviço de entregas, já que ela não depende do trânsito, mas o clima pode ser um problema. E foi logo no primeiro trabalho, uma forte ventania derrubando Kiki em um ninho de corvos.

Até aí, tudo bem, ou quase, já que ela é atacada pelos corvos. O problema é que ela perde o bichinho de pelúcia que estava na gaiola. Como está em cima da hora e como o Jiji parece o bicinho, a solução é o Jiji fazer o papel do bicinho enquanto ela procura pelo verdadeiro. E Jiji entra em uma bela fria, tendo que aturar não apenas um garotinho cheio de energia com seu novo brinquedo, mas também o seu cachorrão.

Kiki encontra o gato em uma cabana no meio da floresta. Encontra a dona da casa, uma artista que estava desenhando corvos. Ela aceita dar de volta o brinquedo, que, no entanto, está com um rasgo. A artista que se chama Ursula, não lembro se em algum momento falam o nome dela, aceita consertar, desde que Kiki faça uma faxina na casa dela.

Enquanto Kiki arruma a casa de Ursula, a artista conserta o bicinho. Kiki vai até a casa onde deveria fazer a entrega enquanto o cachorro pega Jiji na boca e o leva para fora. E ai descobrimos que o cachorrão é gente boa e que estava ajudando Jiji e fugir. Kiki dá o bicinho para o cachorro e eles voltam para a padaria.

Um dia, Kiki tem que fazer dois serviços de entrega e é convidada por Tombo a ir a uma festa. Em um dos serviços, Kiki vai à casa de duas velhinhas. Era para que Kiki entregasse uma torta na casa da neta de uma delas, porém, a torta não estava pronta porque o forno elétrico não estava funcionando. Kiki ajuda no forno a lenha e ainda com outros trabalhos domésticos e depois entrega a torta na casa da neta, que se mostra uma figura bem mesquinha, dizendo que odeia as tortas da avó. Ela acaba não indo à festa, quer dizer, a festa é aquela que ela foi fazer a entrega, mas não volta a ela com Tombo. Tinha pego uma baita chuva na ida e na volta e se resfriou.

Quando se recupera, vai fazer uma entrega em uma casa. Era uma entrega armada por Osono para que ela encontrasse com Tombo. Ela faz a entrega e ele mostra o seu projeto, uma bicicleta voadora. Ainda não está com asas, mas ele chama Kiki para dar uma volta na bicicleta. Ia tudo muito bem, até encontrarem um trânsito mais pesado e Kiki ser obrigada a usar sua magia para escapar, mas, no fim, acabam caindo de um barranco.

Mas nenhum dos dois se machucou e ia tudo bem, até aparecer os amigos de Tombo, incluindo a neta da senhora. Kiki fica incomodada com essas pessoas e vai embora. Depois dessa ocasião, ela fica triste e começa a perder os seus poderes, primeiro falar com o gato, depois de voar.

Ursula vai visitá-la e a convida para ir à sua casa, onde Kiki ficou de ir para servir de modelo para a artista. As duas passam a noite juntas (no bom sentido), Ursula desenha Kiki e as duas conversam. No dia seguinte, Kiki liga para a padaria e Osono diz que a senhora do outro dia tem um serviço para ela. Mesmo sem ainda poder voar, ela vai até lá.

A senhora dá um bolo de presente para Kiki por tudo que a bruxinha fez por ela. Na TV, veem um acidente com um dirigível e Kiki vê que Tombo está encrencado, o dirigível voando a esmo e Tombo ficando dependurado nele. Kiki vai ajudar Tombo. Encontra um senhor com uma vassoura e a pega emprestada. Kiki consegue voar, mas tem dificuldades, não tanto pela tristeza, que já estava passando, mas porque essa vassoura não foi feita para isso.

No fim, Kiki salva Tombo e vira heroína na cidade. Nos créditos, onde vemos mais algumas cenas sem falas, vemos que Tombo conseguiu fazer a bicicleta voadora e uma cena interessante em que Kiki olhava para um vestido que queria, e vê uma garotinha vestida como ela. Kiki acabou virando uma celebridade na cidade e no final do filme parece estar muito feliz.

Basicamente, o filme conta a história do crescimento e amadurecimento de uma garotinha. Vemos aqui alguns dramas comuns de garotas dessa idade, como lidar com garotos, ter que fazer trabalhos domésticos (e outros trabalhos também) e lidar com outras garotas de sua idade. Pensei que esse último tema seria mais explorado, mas acabou não sendo. O filme foi baseado em um livro, e talvez no livro esse tema seja mais bem desenvolvido. O final feliz do filme é Kiki se mostrando uma garota crescida e bem formada, mesmo que precocemente. Sobre o amadurecimento, Miyazaki diria que a perda da capacidade de falar com o gato, que na versão japonesa é permanente, é reflexo desse amadurecimento, já que Jiji é o reflexo do lado imaturo de Kiki. Eu vi isso na Wikipédia e achei legal.

Uma coisa interessante foi a quantidade de personagens esnobes, embora isso não seja algo principal. Contrariamente a maneira como a Kiki é, vemos uma bruxa também na fase de aprendizado fazendo pouco caso de Kiki, a neta da senhora que eu mencionei antes e até uma gata que virou a cara para Jiji. Faz um contraste interessando com os vários personagens bacanas do filme.

Em suma, é um filme bom do Miyazaki e que, como quase sempre, traz personagens bem marcantes, principalmente a Kiki, mas em menor escala a Ursula e o Tombo.

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