domingo, 13 de julho de 2014

Tales From Earthsea




Bem-vindos de volta a Ni no Kuni. Nesse vídeo, vou falar sobre o filme Tales From Earthsea, o primeiro filme dirigido por Goro Miyazaki, o segundo que eu comento nessa série.

Esse é um filme radicalmente diferente do From Up on Poppy Hill, sendo um épico ao invés de um romance. O enredo se baseia nos livros da série Earthsea da escritota Ursula K. Le Guin. E tem um dos enredos mais sombrios do Studio Ghibli, não tão tenso quanto o Túmulo dos Vagalumes, por exemplo, mas também sem personagens muito simpáticos. Diria que esse é um filme ligeiramente deprimente, o que por si só não é bom ou ruim, só é a característica dele.

Começamos o filmes vendo homens em um navio em uma tempestade pesada, que de repente veem dois dragões lutando e um deles acaba matando o outro. Depois, vamos para um palácio, onde um rei ouve os infortúnios pelos quais passam seu povo e quando se retirava para seu quarto é atacado por um garoto, que é seu filho, Arren, que ainda rouba a espada misteriosa que seu pai carregava.

Quando vagava pelo deserto por uma montaria que parece aquela utilizada no Princesa Mononoke, Arren é atacado por lobos e depois salvo por um homem que se identifica como Sparrowhawk. Depois de salvar Arren, Sparrowhawk acaba tutelando ele e o leva para uma cidade.

Lá, Arren ganha novas roupas e enquanto perambulava pela cidade vê uma garota sendo perseguida por alguns homens. Vai ajuda-la e meio que entra em um estado de loucura que o permite enfrentar os homens. Arren é um sujeito meio estranho, a gente desconhecendo as suas motivações e ele tendo sempre um ar meio para baixo, sem querer nada da vida, bastante esquisito. A garota que ele salva nem o agradece e vai embora.

Arren dorme nos degraus de uma escada, o que é uma má ideia. Hare, o líder de um grupo de mercadores de escravos, que estava atrás da garota, bate em Arren e o captura. Depois, Sparrowhawk o resgata e o leva para a casa de uma amiga, Tenar. E lá, descobrimos que a garota salva por Arren está junto com Tenar.

A relação entre os dois não é boa no começo. A garota se chama Therru e tem um passado ruim de abusos por parte dos pais. Ao longo do filme, descobrimos que Sparrowhawk é um arquimago e que o chefe de Hare e dos mercadores de escravo, Lorde Cob, é o grande rival de Sparrowhawk. Esse Lorde Cob é outro ser estranho, tendo forma de mulher, mas todo mundo o chamando de Senhor.

Enfim, o enredo se desenvolve com Cob e Hare orquestrando para levar Sparrowhawk para o castelo de Cob, para um acerto de contas. Para isso, captura Tenar e depois Arren. E cabe a Sparrowhawk e também Therru salvar Tenar e Arren em um desfecho surpreendente para o filme, onde descobrimos mais sobre os personagens do filme.

A capa do filme mostra Arren com um dragão. Só vemos dragões no começo e no final do filme. A espada que Arren carrega parece importante, mas nada sabemos sobre ela exceto que ela parece importante. E é, conforme descobrimos no final. Não vou spoilar, mas o final é bem surpreendente.

Bom, primeira coisa que eu gostaria de falar é sobre os temas abordados pelo filme, e são bem pesados. Drogas, abuso infantil, tráfico de escravos e no final quase parece que Arren e Cob estão travando um duelo metafísico sobre vida e morte ao invés de um confronto físico. Por conta disso, classifiquei o filme como pesado, como de fato é. Nem o Túmulo dos Vagalumes aborda temas tão pesados, embora também seja bem trágico e trate de assuntos delicados.

Sobre a qualidade do filme, achei um filme bom, mas não espetacular. Demora para o enredo te prender, já que você fica totalmente no escuro sobre as motivações de Arren e é difícil simpatizar com um cara que mata o pai no começo do filme. Conforme as relações entre os personagens vai evoluindo, incluindo um romance conturbado entre Arren e Therru, o enredo começa a ficar interessante e te pega de vez no clímax, com Sparrowhawk indo para o resgate e ainda mais quando a última esperança é Therru.

Porém, falta uma coisa importante que tem nos filmes do Ghibli, e é que importante na maioria dos filmes, e na maioria das obras de ficção, que são personagens mais carismáticos. Talvez não seja essa palavra, mas o que faltou foi eu sentir alguma motivação para me interessar pelo destino dos personagens. Isso principalmente no que se refere ao personagem principal, Arren, que parece um zumbi no filme inteiro, mais sendo levado do que conduzindo alguma coisa. Dá para simpatizar com o passado de Therru, a simpatia de Tenar e o poder de Sparrowhawk, mas nem mesmo no fim eu criei qualquer vínculo com o protagonista.

O enredo acaba sendo interessante mais pelos elementos envolvidos, que citei anteriormente, e pelos mistérios, como a espada de Arren, do que por qualquer outra coisa. No fim, são homens salvando garotas, o que não é algo muito novo. O desfecho tem elementos que diferem do enredo típico desse gênero, mas nada demais.

No fim, considero um bom filme, bem interessante e envolvente, embora não seja nenhuma obra-prima.

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