Bem-vindos de volta a Ni no Kuni. Nesse vídeo, vou
falar sobre o filme Pompoko, que não foi dirigido pelo Hayao Miyazaki, e sim
pelo Isao Takahata, o mesmo diretor do Túmulo dos Vagalumes.
Não farei um resumo tão detalhado do enredo,
primeiro porque não acho tão bom, segundo porque são vários eventos menores e
dispersos, fica difícil resumir em maiores detalhes sem falar um por um, e
terceiro porque temos pouco tempo nesse vídeo para falar sobre o filme. Mas
basicamente o filme conta a história de uma comunidade de guaxinins que tem seu
lar, a floresta, destruída por humanos na construção de uma cidade.
Mas não são guaxinins quaisquer. Eles são capazes
de se transformar em qualquer coisa e usam esse poder para lutar contra os
humanos, luta no sentido de tentar proteger a floresta, enganando e assustando
os humanos para isso. No folclore japonês, animais como gatos, raposas e
guaxinins podem se metamorfosear. O filme cita esses três animais, não sei se
tem mas. Além de mudarem de forma dessa maneira, eles podem, longe dos olhares
dos humanos, ficarem em duas patas e falar como os humanos. Não são todos os
guaxinins que podem trocar de forma, no entanto.
O enredo é basicamente esse. O que não gostei é que
é muito "inocentes animais da floresta" contra "cruéis e
malvados humanos". O filme tenta muito fazer essa ligação emocional com o
espectador de forma a fazê-lo torcer para os guaxinins. Cada um pensa o que bem
entender a respeito desse conflito, mas eu acho que seria muito mais artístico
e menos panfletário uma abordagem mais equilibrada do que a adotada por esse
filme. No Mononoke Hime, por exemplo, adota esse tipo de atitude e coloca o
conflito de maneira mais apropriada sem tomar lados.
Indo para o final do filme, a cidade acaba sendo
construída e vários guaxinins assumem forma humana e passam a viver entre os
humanos. Isso foi uma sugestão de uma raposa, que também perdeu a casa para os
humanos e resolveu se juntar ao inimigo.
O filme é bem estranho para os ocidentais. Há
várias referências ao folclore japonês que o espectador ocidental fica sem
entender. Também há em outros filmes do Ghibli com essas referências, mas acho
que no Pompoko isso fica mais esquisito. Quem prefere que as coisas sejam bem
racionais e tudo faça sentido, vai odiar esse filme.
Tem várias cenas bonitinhas, tem um casalzinho de
guaxinins e tudo o mais, só que eu acho esse um filme menos mágico do que
outros do Ghibli. A única cena que é realmente mágica é a chamada Guerra
Fantasma, quando os guaxinins, liderados por três anciões, aparecem na cidade
com vários truques mágicos para mostrar que eles estão lá e meio que pedindo
para que saiam. Uma das armas dos guaxinins foi a superstição, eles assombrando
os humanos para que eles se assustassem. Porém, a Guerra Fantasma falhou.
Como eu disse antes, não curti muito esse filme,
pela sua abordagem muito Capitão Planeta em um estúdio que produziu o Mononoke
Hime e também pela falta de outros atrativos. Tirando a questão ideológica,
sinceramente acho que o filme tem pouco a oferecer, temos muitos filmes mais
bonitos e mágicos do Studio Ghibli do que esse.
Esqueci de falar no vídeo anterior onde eu assisti
o Sussurros do Coração. Passou na TV a cabo no ano passado, talvez retrasado,
uma maratona de filmes do Miyazaki e do Ghibli. Eu gravei e só assisti hoje.
Talvez ainda passe de vez em quando na TV a cabo, mas não tem no Netflix. Tem a
venda para DVD, mas só a versão americana.
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