domingo, 13 de julho de 2014

Túmulo dos Vagalumes




Bem-vindos de volta a Ni No Kuni. Nesse vídeo, vou falar sobre o filme Túmulo dos Vagalumes, que é do Studio Ghibli, mas não é do Hayao Miyazaki. Foi dirigido pelo Isao Takahata e se baseia no livro de mesmo nome de Akiyuki Nosaka sobre a sua experiência durante a Segunda Guerra Mundial e a morte de sua irmã por desnutrição. Por sinal, Nosaka, com 83 anos, ainda está vivo.

Sobre o filme. Ele conta a história de dois irmãos, Seita e Setsuko, que perdem os pais durante a Segunda Guerra Mundial no Japão sob intenso bombardeio dos Aliados. Eles fogem de casa e têm que se virar, e essa experiência acaba não dando muito certo.

Bom, o filme é certamente o mais triste do Studio Ghibli e um dos mais tristes que eu já assisti. Eu assisti duas vezes e nas duas eu chorei. A minha primeira ânsia de choro foi quando eles venderam o quimono da mãe deles e lá para o fim, quando a irmã dele morre, você já está se derramando em lágrimas. É um filme bem deprê, mas também é emocionante por outros motivos ao longo do filme.

Basicamente, o filme é sobre duas crianças que se recusam a abrir mão de sua infância. Eles teriam mais chance de sobreviver se ficassem na casa da tia deles, que era um tanto dura com eles. Lá pelas tantas, eles decidem fugir e viver por conta própria, mas era difícil arranjar comida naqueles tempos, o que dizer duas crianças sozinhas fazer isso. É bem emocionante ver os momentos de felicidade que eles ainda conseguem ter depois que fogem da casa da tia, e que não conseguiam enquanto estavam lá, e de partir o coração quando eles passam a ter dificuldade de achar comida, até o desfecho trágico.

É um dos filmes mais realistas do Studio Ghibli e também tem um tom mais seco, como não poderia deixar de ser, apesar de ter alguns momentos mágicos (não no sentido de irreal, mas de belo) em uma cena que meio que explica o porquê do título, Túmulo dos Vagalumes. E mesmo com cenas mais belas, o filme não deixa de ser triste e não tem nenhuma cena engraçada que eu me lembro, é um clima pesado do começo ao fim, começando pela introdução com o Seita falando sobre a sua história quase como um zumbi.

Uma coisa interessante sobre esse filme é que cita muito de leve, se bem me lembro, as bombas atômicas. Mas bomba é o que não falta no filme e isso mostra que, por mais destrutiva que foram, as bombas atômicas foram só mais duas lançadas contra o Japão. O filme mostra a guerra da perspectiva de crianças e mostra a perda humana que a guerra causou em um país que não era dos mais ricos na época e que já tinha lá os seus problemas sociais, como o Vidas ao Vento menciona também.

O site Time Out elegeu o filme como o 10º melhor filme sobre a Segunda Guerra Mundial, na frente de vários filmes mais famosos, e o crítico Roger Ebert disse que é um dos melhores filmes de guerra. Assim como o Mononoke Hime, eu estou falando de memória, e eu só assisti duas vezes, a última uns 8, 7 anos atrás.

Uma última coisa digna de nota é que o filme mostra, indiretamente, o valor da comida, na medida em que os dois protagonistas do filme passam severas dificuldades em arranjar comida e no final das contas um dos personagens acaba morrendo de fome. Ou seja, talvez sem intenção, é um filme também sobre o valor da comida.

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