segunda-feira, 28 de julho de 2014

Castelo no Céu




Bem-vindos de volta a Ni no Kuni. Nesse vídeo, vou falar sobre o filme Castelo no Céu, talvez mais conhecido como Laputa: Castelo no Céu, que, por motivos óbvios, é melhor chamar apenas de Castelo no Céu. O filme foi dirigido pelo Hayao Miyazaki e foi o primeiro filme oficial do Studio Ghibli. O Miyazaki já tinha feito filmes antes, como o Castelo de Cagliostro e o Nausicaa, mas esses são filmes da era pré-Ghibli.

Castelo no Céu é um filme de aventura, mais leve do que outros filmes do Miyazaki do gênero, como o Nausicaa e o Princesa Mononoke. Ao menos no começo, apesar das situações perigosas que ocorrem, quase que a gente não sente que os protagonistas estão passando por apuros, mas conforme o enredo se desenvolve o perigo vai aparecendo, personagens morrem (nenhum principal) e há até sangue.

No começo, vemos um enorme avião transportando uma garota tristonha sendo escoltada por vários homens que parecem seguranças. O avião é atacado por piratas do céu, que aparentemente estão em busca da garota. Um dos seguranças está no quarto com a garota e tenta chamar socorro, mas é atacado pela própria garota, o que mostra que ela não está lá por vontade própria. Porém, não estava muito interessada em ser capturada pelos piratas e se põe a fugir. Porém, cai do avião. Graças ao amuleto que traz no pescoço, ela começa a flutuar e cai em uma vila, sendo resgatada por um garoto chamado Pazu.

A garota, que se chama Sheeta, continua sendo procurada tanto pelos piratas quanto pelos que a estavam mantendo presa, que são representantes do governo. Pazu promete proteger Sheeta e precisa fugir da vila encarando os dois inimigos, principalmente os piratas.

Em dado momento, entram, ou na verdade caem em uma caverna e encontram um tio de Pazu, que fala mais sobre as pedras Aetherium, o amuleto de Sheeta sendo feito desse material. Na saída da caverna, são encontrados pelos homens do governo, liderados pelo vilão do filme, Muska. Antes, Sheeta revela a sua real identidade, Lusheeta Toel Ul Laputa. Ela veio de Laputa, uma cidade no céu que o pai de Pazu diz ter encontrado, mas que ninguém acreditou nele, que ficou marcado como mentiroso pelo resto da vida.

Sheeta e Pazu são capturados. Sheeta faz um acordo com Muska de cooperar com ele, desde que Pazu fosse libertado. Assim, Sheeta e Pazu se separam. Pazu volta para casa, só para encontrar os piratas lideradas pela matriarca Dola. Apesar das primeiras tratativas não serem muito amigáveis, acabam entrando em um acordo para salvar Sheeta e o amuleto.

Enquanto isso, onde era mantida cativa, Sheeta usa um feitiço e isso acaba ligando um robô que estava na fortaleza. Esse robô é extremamente forte e causa um grande estrago no lugar. Ele tenta ajudar Sheeta, que foge dele ao invés de aceitar ser ajudada. No fim dessa cena, ela perde o amuleto, mas se junta a Pazu e os piratas.

Com o amuleto, Muska descobre o caminho para Laputa, que era o seu objetivo inicial. Pazu e Sheeta precisam evitar que Muska chegue em Laputa e conta com a ajuda dos piratas, que vislumbram oportunidades de encontrar tesouros e que não são tão malvados assim. Lembra os piratas do Porco Rosso ou, pela cronologia, os piratas desse outro filme lembram Dola e companhia. No entanto, os dois terão que ajudar trabalhando no avião, Pazu ajudando o mecânico e Sheeta na cozinha.

E aqui tem uma das cenas mais engraçadas. Um pirata aparece como quem não quer nada na cozinha enquanto Sheeta cozinhava. De repente, oferece ajuda para ela, só para ver que outro pirata já a estava ajudando e para depois ser acompanhado por vários que queriam ajudar. Obviamente, estavam todos apaixonados por Sheeta.

Em algum momento, o avião de Dola e o de Muska se encontram. Sheeta e Pazu estavam em trabalho de vigia nesse momento e acabam voando em um planador para enxergarem melhor. Encontram o caminho para Laputa que é no meio de uma tempestade.

Laputa é um castelo no céu muito bonito, cheio de áreas verdes por mais improvável que isso seja. Não tem pessoas, que abandonaram o local, mas tem vários robôs trabalhando na manutenção.

Estava tudo muito bem, muito legal, muito bonito, mas Muska também encontrou o Castelo no Céu e de posse do amuleto tem acesso aos segredos do Castelo e pode usar para seus próprios planos maléficos. Dola e seus companheiros foram capturados e levados para Laputa também. Então, cabe a Sheeta e Pazu impedir Muska de usar o Castelo no Céu para o mal. Como o filme termina, só o assistindo.

Bom, uma coisa que eu tinha esquecido de mencionar é que, sim, Pazu e Sheeta fazem um casal. E esse é um casal que fica na cara logo de início que vai acontecer, diferente de outros filmes do Ghibli. Em momento algum eles sentem alguma repulsa pelo outro, aquela repulsa que dá a dica de que eles formarão um casal no futuro, como no Sussurros do Coração ou From Up on Poppy Hill. É um casal autêntico, mas não muito interessante. Não por não haver essa repulsa inicial, mas porque é muito comum. Há muitos romances impossíveis ou difíceis nos filmes do Ghibli, como Arrietty e Sho e San e Ashitaka, e outros mais complexos, como Shizuki e Seiji do Sussurros do Coração e Sophie e Howl no Castelo Animado, do qual falarei no próximo vídeo. Pazu é o herói e Sheeta é a donzela em perigo e eles se apaixonam. Fim.

Minha opinião agora. Eu já tinha assistido esse filme antes, mas foi só uma vez. Não tinha gostado tanto na época, porque meus parâmetros eram Nausicaa e Princesa Mononoke Comparado com esses, o filme é meio bobo e menos profundo, não tendo a ambiguidade moral que esses outros filmes tinham. Mas é um filme de aventura competente, que prende a atenção do espectador, com ação, romance, comédia, todos os elementos para uma boa aventura. Não é dos melhores filmes do Miyazaki e mesmo do Ghibli, mas é bem divertido.

Uma coisa que notei enquanto assistia é que tenho a impressão de que os desenvolvedores do jogo Grandia se inspiraram no Laputa. Também temos uma civilização antiga e desenvolvida localizada no céu e que está desabitada. O próprio estilo de arte do Castelo no Céu parece estar presente em vários cenários do Grandia, incluindo paredes com blocos. Os próprios Gaia Battlers do jogo parecem com os robôs do filme. Não sei se há essa inspiração declarada, mas as semelhanças são grandes.

Por fim, o que diabos é Laputa? No livro As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift, Laputa era também uma ilha no céu. As semelhanças param por aí, uma vez que o livro de Swift tem toda uma crítica social que está ausente no filme. Os habitantes de Laputa são extremamente inteligentes, mas não conseguem reverter esse conhecimento em invenções úteis e ficam gastando tempo em todo tipo de pesquisa excêntrica. No filme, os antigos habitantes de Laputa eram muito mais eficientes. E, sim, Swift usou como referência o espanhol como referência para nomear a ilha, não preciso nem dizer o que significa. Por conta disso, o nome do filme mudou para apenas Castelo no Céu mesmo na versão americana.

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