domingo, 13 de julho de 2014

Ponyo




Nesse vídeo, vou falar sobre o filme Ponyo – Uma amizade que veio do mar. O título original em japonês poderia ser melhor traduzido como Ponyo no Penhasco e o título em inglês é simplesmente Ponyo. Foi dirigido pelo Hayao Miyazaki e lançado em 2008, no Brasil apenas em 2010. Aqui no Brasil não teve muita repercussão e saiu em poucas salas de cinema. O filme nem concorreu ao Oscar de Melhor Animação.

Esse é o filme mais recente do Miyazaki que eu assisti. Aliás, assiste no dia anterior a que eu gravo esse vídeo. Aliás, o Ponyo está disponível no Netflix, para quem assina esse serviço.

Em vários aspectos, é um filme parecido com o Meu Amigo Totoro do qual eu falei no vídeo anterior. É um filme infantil, bem leve, um pouco delirante também. Uma diferença notável é que o filme é bem mais complexo do que o Totoro, não é tão fácil acompanhar o enredo, que é mais complicado e mais sofisticado do que o Totoro. O enredo é mais interessante do que do Totoro e as personagens também são, mas nem tanto assim.

Bom, vamos a uma breve sinopse do filme. O filme começa totalmente sem falas e prossegue assim por uns cinco minutos, até mais do que isso. Estamos no fundo do mar, vemos um homem com um estranho senso de moda e que parece um feiticeiro maluco. Em uma espécie de aquário, vários peixinhos com rostos e em destaque um peixe um pouco maior. Enquanto o feiticeiro maluco estava ocupado, esse peixe maior busca fugir do submarino que é o lar desse feiticeiro e consegue fugir.

Esse peixe vai para a superfície. Acaba sendo pego por um navio que estava recolhendo lixo do fundo do mar. E aqui temos novamente o tema do meio-ambiente, que aparece com maior ou menor destaque na maioria dos filmes do Miyazaki. Confesso que não sei se os mares do Japão são tão poluídos quanto aparece no filme, cheio de lixo que vão desde garrafa até móveis e eletrodomésticos inteiros. Pode até ter dessas, mas pelo menos não tem esgoto ou mancha de petróleo.

Enfim, esse peixe é pego pelo coletor de lixo e entra em uma garrafa. Um garotinho de cinco anos chamado Sosuke acaba encontrando essa garrafa e tira o peixe da garrafa destruindo-a com uma pedrada. E aqui vemos que o peixe é um pouco diferente, o que era óbvio, já que ele tem um rosto. Mas o que vemos é que o peixe lambe o sangue de Sosuke, já que ele tinha se machuado quebrando a garrafa.

Sosuke coloca o peixe, que ele passa a chamar de Ponyo, em um balde e entra no carro, a sua mãe, Lisa, o esperando para leva-lo para a escola. Uma coisa que eu não entendi é porque ele chama a mãe de Lisa, ao invés de mãe ou mamãe, mas pelo que andei pesquisando, sim, na Wikipédia mesmo, ela é a mãe dele. Não fica claro de onde ela é, mas não deve ser japonesa, pelo nome e pela aparência.

No caminho, a Lisa e o Sosuke vão comendo um sanduíche. Sosuke tenta alimentar o peixe, que rejeita pão. Ele oferece um pedaço de presunto, mas o peixe resolve pegar todo o presunto do sanduíche. Eles chegam na escola de Sosuke e no trabalho de Lisa, que é em um asilo de velhinhos próximo da escola de Sosuke.

Na escola, não é permitido levar coisas, então Sosuke tem que esconder Ponyo, que ainda está no balde. Eles passam a se comunicar e ela própria começa a se chamar de Ponyo. Porém, o pai dela, que é o feiticeiro maluco que eu tinha mencionado, estava atrás de Ponyo e comandando as águas ele toma a sua filha de volta de Sosuke.

De volta para casa, ficamos sabendo sobre o pai de Sosuke, Koichi, que estava servindo em um navio japonês, o Koganei Maru. Lisa estava preparando um jantar para ele, mas tem a má notícia de que ele não irá para a casa. Ela fica super triste e o pai de Sosuke tenta se comunicar com eles através de código Morse. Essa é uma cena bem engraçada, com Koichi tentando se desculpar com a esposa e ela o chamando de idiota várias vezes através de código Morse.

Enquanto isso, o feiticeiro maluco cuida de sua filha, que ele chama de Brunhilde, uma das valquírias da mitologia nórdica, mas o peixe insiste em ser chamada de Ponyo e diz que ama Sosuke. Começa a se desenvolver braços e pernas em Ponyo e o pai dela tenta fazê-la reverter. Para isso, precisa beber de um elixir para aumentar o seu poder. Após isso, consegue fazer com que ela reverta.

As irmãs de Ponyo a tiram da bolha onde ela estava e Ponyo retoma os seus braços e pernas e se põe para fugir. Na fuga, ela bebe do elixir de seu pai e ganha poderes, que se mostrariam perigosos mais para frente. A mistura da água com o elixir liberta uma poderosa magia que vai colocar o mundo em risco.

Ponyo foge do submarino de Fujimoto, que é o nome do feiticeiro maluco. Na superfície, começa uma fortíssima chuva com ondas gigantescas. Sosuke sai da escola e encontra a mãe no asilo. Os dois voltam para a casa de carro e são perseguidos pelas ondas gigantescas, comandadas por Ponyo, que quer reencontrar Sosuke. No final das contas, eles se encontram, não sem antes mata-los pelo caminho. Nessa parte, a Lisa mostra grande coragem e que é boa de direção.

Eles veem Ponyo e Lisa vai ajuda-la, mas Ponyo ignora Lisa e dá um abraço bem forte em Sosuke. Lisa acolhe a estranha garota, que Sosuke identificou corretamente como Ponyo, mesmo que agora em uma forma humana bem diferente de quando era peixe. Ela serve chá para ela e o jantar, que é macarrão instantâneo como temos no brasil, mas servido em uma tigela grande.

Mais tarde, Lisa vê um pedido de socorro do asilo e vai ajuda-los, deixando Sosuke e Ponyo em casa. No dia seguinte, veem que as águas quase chegaram na casa, que está em um ponto bem alto. Ficam preocupados com Lisa e vão atrás dela. Aqui, Ponyo mostra os seus poderes, fazendo o barquinho de brinquedo de Sosuke crescer para que eles caibam nele.

A bordo do barco, vão atrás de Lisa. E descobrimos que Lisa estava junto com as velhinhas do asilo em uma bolha de baixo do mar, bolha formada pelo Fujimoto, o feiticeiro maluco, que viu a gravidade da situação. Lá, as velinhas parecem curadas de seus males e podem não apenas andar, mas também correr. Nessa bolha também estava a mãe da Ponyo, a Gran Mamare, que já tinha aparecido antes salvando o pai de Sosuke. Lá, eles ficam esperando Sosuke, que é o único que pode salvar o mundo da destruição.

Enquanto buscavam Lisa, Ponyo fica sonolenta. Sosuke conduz Ponyo como pode, até que ela dorme de vez e passa a regredir, voltando à forma de peixe. Eles caem no mar e chegam até uma parte do asilo que não estava inundada, onde encontram a velhinha ranheta, a Toki, que se recusou a ir junto com Fujimoto. Ele aparece e leva Sosuke e Ponyo para a bolha.

Gran Mamare conta a Sosuke que a única coisa que pode salvar o mundo é fazendo com que Ponyo perca os seus poderes, e apenas o verdadeiro amor pode fazer isso. Ela pergunta se ele aceita Ponyo como ela é, como um peixe, e Sosuke diz que sim. Com isso, o mundo reverte a inundação e todo mundo vive feliz para sempre.

Bom, como vocês podem ver, é um enredo bem mais complicado e tem o amor como foco, talvez mais do que em outros filmes como o Castelo Animado e o Vidas ao Vento. E apesar de ser um amor entre duas crianças de cinco anos, é bem bacana.

Dos personagens, destaco a mãe de Lisa, uma personagem bem forte e decidida como costumam ser as personagens femininas de Miyazaki. O filme é cheio de momentos fofos, como a Ponyo toda alegre depois que reencontra Sosuke, correndo pela casa de Lisa e dando de cara com uma porta de vidro. Quando eles acordam no dia seguinte, ela está sob ele, em cima do sofá, olhando para ele, que acorda, levanta e os dois batem a cabeça.

Não é dos melhores filmes do Miyazaki na minha opinião, diria até que é abaixo da média, mas é bacana e bem levinho.

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