segunda-feira, 28 de julho de 2014

Only Yesterday




Bem-vindos de volta a Ni no Kuni. Nesse vídeo, vou falar sobre o filme Only Yesterday do Studio Ghibli, dirigido por Isao Takahata e lançado em 1991.

Esse é um filme do gênero drama realista, ou seja, sem a fantasia que marca a maioria dos filmes do Ghibli. Conta a história de Taeko em dois momentos de sua vida, no passado quando estava na quinta série e no presente quando ela tem 27 anos. Essa é uma escolha ousada de enredo para esse tipo de mídia, animação, contando a história de uma mulher com quase trinta anos. Ela acabou de rejeitar uma proposta de casamento, o que desagradou a mãe. Ela viveu a vida inteira em Tóquio e vai passar um tempo no campo na casa de alguns parentes. Confesso que me perdi na hora em que estava assistindo, mas ela foi para a casa do irmão mais velho do marido da sua irmã mais velha.

É complicado resumir o enredo ponto a ponto do filme, assim como ocorreu com outros filmes, como o Pompoko. São várias pequenas cenas que vão contando a história de Taeko, individualmente sem um grande significado isolado. Tem uma cena em que a família prova abacaxi pela primeira vez (para grande decepção geral), outras em que discute com a irmã, outra em que ela leva um tapa do pai e por ai vai. No campo, Taeko vai colher açafrão para usar como tintura. Se envolve com Toshio, primo do seu cunhado, que a pega na estação de trem e com quem passa boa parte do tempo na fazenda.

No fim das contas, Taeko retorna para Tóquio. Quando chegou lá, já nos créditos, aparecem várias crianças, incluindo ela própria quando menor, que não existiam de verdade, eram “espíritos” do passado a orientando. Era na verdade a maneira como o filme mostra Taeko mudando de ideia e tomando uma decisão a respeito de sua vida. Vocês podem imaginar o que é, mas não vou spoilar. O engraçado é que, antes desse desfecho, eu estava pensando: “Bom, esse filme acabou sem ter começado”, ou algo do tipo, porque ficava uma sensação de que o filme não servia para nada. O final é meio clichê, mas serve como um encerramento para alguma coisa. Taeko simplesmente voltar para a Tóquio deixava um vazio na trama, uma falta de significado para tudo o que vimos. Me perguntei seriamente no final do filme, antes desse desfecho final, por que eu estava assistindo ao filme em primeiro lugar.

Uma coisa que achei interessante foram as expressões faciais das personagens, em especial da protagonista. Essa animação mostra muito mais marcas de expressão do que tradicionalmente é feito e inclusive a protagonista parece um pouco mais velha por conta disso. Essa foi uma das coisas que me chamaram a atenção.

De resto, não achei um filme muito interessante. Tem um ritmo bem lento e demora para que apareça algum conflito, no sentido narrativo. Tanto que o final antes do desfecho, como mencionado antes, tinha me dado uma impressão de vazio. O filme te dá um susto, começando a passar os créditos antes desse desfecho que eu mencionei. A personagem principal não é muito interessante. Como eu li em uma resenha de outro filme do Ghibli, as personagens marcantes do estúdio podem ser resumidas com alguns traços bem fortes e admiráveis. Kiki é determinada e trabalhadora. Nausicaa é corajosa. Taeko é uma mulher que fica lembrando demais da quinta série. Entendemos a sua situação, meio que em uma encruzilhada na vida após rejeitar um casamento, mas não senti tanta empatia pela personagem quanto seria desejável para apreciar melhor o filme.

Não chega a ser um filme ruim, mas a cada ano saem dramas com atores reais muito mais competentes do que esse filme e a qualidade da animação ou a trilha sonora não compensam um enredo sem grandes atrativos.

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